A TRANSGRESSÃO
- Pr. Charles Pereira
- 20 de out. de 2016
- 3 min de leitura

Segundo a Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia de R.N. Champlin, existem três termos Hebraicos e uma palavra Grega para entendermos o sentido real do termo transgressão.
A primeira é MAAL que significa “Ultrapassar”. A segunda é ABAR que traz o sentido de “ir além” ou “transgredir”. A terceira é PESCHA que seria “rebelar-se, “pisar além”. Já no Grego encontramos a palavra PARÁBASIS que traz o sentido de “contravenção”. Com isto concluímos que transgressão é todo e qualquer tipo de ato que excede os limites, as leis ou as normas estabelecidas. O transgressor seria, portanto, o individuo que realiza uma ruptura na membrana da bolha que o cerca que o prende e o limita. Todo ser humano que realizar algo novo, que buscar inventar e romper em mudanças estará incorrendo em algum tipo de transgressão.
Existem pessoas que levam uma vida de transgressão absolutamente nociva. Sem se importar com o mundo e com as demais pessoas elas não obedecem a nenhum tipo de lei, norma ou conduta ética. Elas adquiriram um modo de vida desregrado e destrutivo. Este tipo de transgressão autodestrutiva é maligno.
A transgressão como criação, implementação, inovação e que vem no intuito de gerar mudanças benéficas foi praticada por todos os grandes homens que já viveram nesta terra. Temos como, o nosso maior exemplo, o próprio Jesus Cristo, que apesar de ter vindo para cumprir a lei em nosso lugar, não se sujeitou, nem por um minuto, aos conceitos tradicionalistas dos religiosos de sua época. Um dos fatos de Jesus não ter sido aceito pelos líderes religiosos de sua época, especialmente os Fariseus e Saduceus, era o fato de que Jesus era um transgressor das tradições que estes grupos pregavam como conduta de vida. Jesus os escandalizou por ser um transgressor das tradições e das normas éticas que regiam estes grupos (Leia Mateus 15: 2). Se Jesus não transgredisse as tradições religiosas de sua época ele não estaria trazendo nada de novo e nem causando a revolução que causou com sua mensagem de libertação.
Paulo também foi outro grande exemplo de transgressor benéfico. Se Paulo não transgredisse os conceitos Judaicos enraizados na igreja cristã primitiva o mundo daquela época não teria conhecido a salvação através de Jesus Cristo e nós estaríamos guardando leis e normas até hoje a fim de sermos salvos.
Davi foi um exemplo claro de transgressor quando comeu os pães da proposição que pertenciam aos sacerdotes e que não lhe era lícito comer. No entanto, Davi tinha que fazer uma escolha; ou comia os pães, transgredindo a lei ou morria de fome. O próprio Jesus disse que os sacerdotes transgrediam o descanso sabatino para cumprir com seus deveres religiosos, ou seja, a transgressão pode ser muito válida quando a norma quebrada é superada pela importância da necessidade.
Transgredir vale a pena quando o alvo é acrescentar, implementar, trazer mudanças éticas e morais que elevam o caráter e a conduta do ser humano.
Onésimo transgrediu beneficamente ao fugir do regime escravo que oprimia sua vida. Para que sejamos libertos é preciso transgredir, romper com o regime escravo que nos prende. Não há ninguém que se converteu ao reino de Deus sem antes ter se rebelado e transgredido com seu antigo sistema de normas e condutas.
Onésimo transgrediu maleficamente ao roubar Filemon, transgressão esta que reclamou, mais tarde, por concerto, no entanto se fez necessária. Transgressões benéficas trarão crescimentos, todavia, transgressões maléficas reclamaram por concertos. Falaremos neste livro acerca de ambas e seus resultados.
“O excesso de justiça sempre foi à causadora das maiores injustiças”.
Lembre-se: é impossível, criar, crescer, implementar ou mudar sem transgredir.
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